TCU alerta governo sobre risco de descumprimento da meta de déficit zero em 2024

Segundo o TCU, a previsão de receitas para o ano tem sido frustrada, o que deve prejudicar o atingimento da meta fiscal. O Tribunal de Contas da União (TCU) e...

TCU alerta governo sobre risco de descumprimento da meta de déficit zero em 2024
TCU alerta governo sobre risco de descumprimento da meta de déficit zero em 2024 (Foto: Reprodução)

Segundo o TCU, a previsão de receitas para o ano tem sido frustrada, o que deve prejudicar o atingimento da meta fiscal. O Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu, nesta quarta-feira (18), um alerta ao governo sobre o risco de descumprimento da meta de déficit zero em 2024. Segundo o TCU, a previsão de receitas para o ano tem sido frustrada, o que deve prejudicar o atingimento da meta fiscal. O alerta foi emitido principalmente por causa da redução nas receitas previstas com o retorno do chamado voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O governo esperava aumentar a arrecadação ao desempatar, a favor da União, os julgamentos do Carf. A projeção para o orçamento de 2024 era de R$ 54,7 bilhões de arrecadação com o voto de qualidade. Depois, o valor foi revisado para R$ 37,7 bilhões, segundo o TCU. Após sete meses, contudo, havia alcançado apenas R$ 83 milhões, o que sinaliza um elevado risco de frustração, declarou o ministro Jhonatan de Jesus, relator das contas do governo em 2024. Fernando Haddad projeta PIB acima de 3% Na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente do TCU, Bruno Dantas, o ministro Jhonatan e técnicos da Corte de Contas para tratar do assunto. A intenção era convencer o TCU de que não haveria frustração de receitas neste ano. Segundo Jhonatan de Jesus, o ministro argumentou que o Orçamento se tornaria mais exequível com a reoneração da folha de pagamentos e implementação de reformas estruturantes para reduzir a renúncia de receitas. Na ocasião, de acordo o ministro do TCU, Haddad também afirmou que o governo poderia receber mais dividendos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobras. [Haddad] Assegurou que a distribuição de dividendos do BNDES e da Petrobras ocorreu abaixo do possível, podendo ser implementada sem prejuízo à realização de investimentos, declarou Jhonatan em seu relatório. De acordo com o ministro de Contas, o governo manifestou alinhamento com as preocupações deste Tribunal e seu compromisso com a adoção de medidas para melhorar a arrecadação ou ajustar a projeção. Jhonatan disse que votou pela emissão do alerta por prudência, com caráter estritamente contributivo, e em virtude da ausência de objeções por parte da própria cúpula do Ministério da Fazenda. Para este ano, a última previsão da área econômica é de um déficit de R$ 61,4 bilhões, valor que incorpora gastos extraordinários de R$ 28,8 bilhões para o combate às enchentes no Rio Grande do Sul (valores excluídos da meta fiscal). Como esses valores extraordinários são excluídos da meta, o governo ainda conta com o cumprimento do déficit zero -- equiparação entre receitas e despesas.

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